quinta-feira, janeiro 11, 2007

O CURSO NA BRIGADA PARAQUEDISTA

O ano de 1944 marcou importantes operações aeroterrestres na 2;' Guerra Mundial, tais como a invasão aliada da Europa (Operação "Neptune"), a tomada de pontes estratégicas na Holanda ("Market-Garden") e a travessia do Reno ("Varsity"). Pois bem, foi neste mesmo ano que um solitário Capitão de Infantaria do Exército, especialmente autorizado pelo então Ministro da Guerra, cruzou os portões da "Airbone School" do Exército dos EUA, em Fort Benning, Estado da Geórgia. Estava ali para ver e aprender tudo que fosse possível sobre aquela relativamente nova técnica de guerra. O extraordinário relatório apresentado pelo citado oficial ao Estado-Maior do Exército, ao retornar ao Brasil, continha, entre outras, a recomendação de que mais militares brasileiros fossem enviados aos EUA
para fazerem o mesmo curso, e que aqui fosse criada uma Escola de Pára-quedistas. Suas sugestões tiveram total acolhida, e, sob sua supervisão pessoal, em outubro de 1945, oficiais e sargentos do EB submeteram-se a um rigoroso processo de seleção, visando à escolha daqueles que
iriam para Fort Benning. Três meses depois, em dezembro de 1945, foi brevetada a primeira turma de
brasileiros, constituída de 15 oficiais e 6 sargentos. Em abril de 1946, mais 10 oficiais e 3 sargentos também recebiam o cobiçado distintivo de pára-quedista militar. A preconizada Escola de Pára-quedistas foi criada em dezembro de 1945, funcionando, de 1946 a 1949, como Núcleo de Treinamento e Formação de Pára-quedistas.
Nas instalações do 1° Regimento de Artilharia Antiaérea, em Deodoro, subúrbio do Rio de Janeiro. O ano de 1949 marcou a brevetação da primeira turma de 31 pára-quedistas militares "Made in Brazil", a extinção do Núcleo e a plena ativação da Escola. Outro marco importante veio em setembro de 1952, com a evolução da Escola para a situação de Grande Unidade, o Núcleo da Divisão Aeroterrestre. Transformações sucessivas trouxeram a Brigada Aeroterrestre (1968), Brigada Pára-quedista (1971) e a atual Brigada de Infantaria Pára-quedista.

SELEÇÃO E TREINAMENTO

A tropa pára-quedista de soldados a oficiais constitui-se totalmente de voluntários, e o recrutamento é feito a partir de uma rigorosa bateria de exames de saúde e testes de aptidão física. Isto ocorre alguns meses antes do início do ano de instrução, propriamente dito, devendo-se destacar-se que o


O rigor nos exercícios físicos é uma característica do PQD.

O número de candidatos tem sido bem acima das necessidades da Brigada. Isto, naturalmente, resulta que o contingente a ser efetivamente incorporado (algo como 10% dos candidatos) seja da mais alta qualidade. No âmbito das unidades pára-quedistas, os períodos de instrução têm a mesma duração dos desenvolvimentos nas demais OM do Exército, mas a preparação física recebe especial atenção de
oficiais e sargentos. Afinal, o objetivo básico é tornar os recrutas aptos e capazes de vencer o esperado — e temido - TVF, o Teste de Verificação Física que vai habilitá-lo a receber a instrução básica de soldado
pára-quedista. Os aprovados passam para o Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil (o primeiro comandante), para fazerem o Curso Básico. Na Área de Estágio, paralelamente a um puxado treinamento físico, eles recebem instrução especializada para habilitá-los e condicioná-los

O constante treinamento na Torre, por exemplo, é essencial, não somente para eliminar o habitual medo da altura, mas, também, para que se aprenda o posicionamento correto do corpo, ao saltar de uma aeronave. As diversas técnicas de aterragem também são treinadas exaustivamente, a partir de plataformas fixas e de balanços que simulam descida sob condições adversas de vento. Na terceira semana do Curso Básico, um total de quatro saltos de aeronave habilita o soldado a receber o almejado breve, a característica boina vermelha e os coturnos (botas) marrons, marcas visuais externas do PQD militar brasileiro.

Após a brevetação, segue-se uma árdua semana de Instrução Básica de Combate, cobrindo, entre outros itens, tiro instintivo, infiltrações, sobrevivência e primeiros socorros, tudo cercado do máximo possível de realismo, intensidade e rigor. Completada a programação básica de salto e de combate, os recrutas voltam às suas respectivas unidades, onde recebem demais instruções. Os saltos de treinamentos, no entanto, são realizados com freqüência, de modo a evitar que o combatente fique afastado desse tipo de atividade por mais de 150 dias. Quando tal ocorre, há necessidade de submeter-se a uma readaptação técnica.




MAIS UM BELO DIA TODO EQUIPADÃO PQD SE LANÇOU LA DO AVIAO......